Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Kathryn Mohr
Criado durante uma residência artística num antigo armazém, agora dedicado a essas práticas, na paisagem bruta da Islândia, 'Waiting Room' ecoa o sentimento de isolamento que advém de tal cenário, imaginado ou real. Álbum de estreia desta nativa de Oakland, sucedendo-se à contemplação dos cenários áridos do Novo México do EP 'Holly' em 2022, 'Waiting Room' acarta consigo a condição liminal patente no seu título, não tanto como um estado transitório mas sim como espaço de reflexão interior, espécie de purgatório de e para um mundo em processo de desmoronamento. Disco descarnado, baliza a instrumentação a um reduto essencial de guitarra, gravações de campo e teclados esparsos como amparo para a voz de Mohr, em canções suspensas numa neblina lo-fi em jogo de sombra e assombração. Tracejadas em afinações dissonantes, as canções de Mohr vão do espectro acústico folky de 'Driven', 'Driver' ou 'Petrified', em tangentes aos momentos mais despidos de Grouper ou aos encantamentos da sua conterrânea Maria BC, a lances mais electrificados como 'Take It', 'Elevator' e 'Wheel' que evocam ícones dos 90s como PJ Harvey ou Courtney Love, mediados por uma aura nocturna, particularmente evidente na abstracção misteriosa de 'Rated' e 'Cornered'. Como quem recolhe memórias e resquícios insondáveis do meio envolvente na aparente segurança da intimidade para os evocar nessa mesma pureza incógnita.
Abertura de Portas
21:00
Preços